A voz não me sai mais serena, não depois de teres batido com a porta. Tu foste o primeiro a ir, o primeiro a mentir, o primeiro a acabar, o primeiro a esquecer. Tu foste o primeiro a esquecer. Tu sabias quando não estava tudo bem, tu compreendias tudo para além do que te dizia. Tu sabias sempre.
E eu aprendi a ler nas tuas entrelinhas, aprendi a descortinar frases feitas. Eu aprendi a ler os teus olhos, as tuas mãos, os teus sinais. Não há nada que agora me possas esconder.
Não fui a primeira, nunca fui quando o assunto se tratava de ti. Fui, a última a saber. Fui a última no final de contas em tudo. Fui a última escolha, a última peça, a última folha rasgada. Fui a última a manter-me de pé. Caí. Mais uma vez caí.
O erguer e a queda, a folha rasgada, o palco vazio, a porta escancarada, os dedos frios, as luzes fundidas, a voz fugaz e rouca que teima em falhar, as lágrimas que teimam em cair, tudo isso me lembra de ti. E eu continuo a ser a última escolha.
Tu afastaste-te, e levas-te tudo o que era meu. Levas-te tudo o que tinha. Levaste-me a voz e os espectadores, a vida e a vontade de viver. Levas-te tudo contigo.
Hoje, estou sentada sobre mim, sobre o nosso palco, a ler o nosso guião, aquele mesmo que rasgas-te. Vejo as cadeiras vazias, e olho para a porta. Aquela mesma porta, que há tempos bates-te com tamanha força. Olho-a e estudo-a. Fico expectante, ainda espero que faças a tua entrada triunfante. Imagino-te a correr, a correr para mim, com os olhos límpidos e a voz clara, de corpo quente e alma aberta, de não te ouvir a ti. De ouvir o teu coração. Ainda espero tanto ouvi-lo.
Por uma vez na vida, gostava que metesses os sentimentos por cima da lógica, gostava que pensasses comigo: o palco não era propriamente liso, tinha tantos altos e baixos e, nós não os suportávamos? Não estavam constantemente a entrar figurinos, e novas personagens que tanto se esforçavam para serem as principais? E nós não os superávamos? Não era o guião regularmente modificado e, nós não o refazíamos à nossa imagem? À imagem do nosso coração? Se sempre o fizé-mo-lo, porquê a tua desistência? Porquê a tua saída? Porquê este drama? Tu és o meu drama, a minha peça de teatro, o meu sonho! Tu eras o príncipe encantado que me salvava das masmorras e, não o que me prendia. Eu estou presa nas tuas masmorras.
Não tenho o direito de te pedir para voltares, não tenho forças para te ver voltar a partir novamente. Se um dia voltares a entrar por aquela mesma porta, tranca-a. Nem isto tenho o direito de te pedir, mas tranca-a. Eu abria-a para ti, e tu escancaraste-a, tranca-a não para a tua segurança, mas por mim, pela minha própria segurança. Tranca-a. Deixa o mundo, deixa o público, concentra-te no guião, ouve o coração, respira devagar, abre a tua própria alma, e tranca a porta que nos sepára. Concentra-te em mim, na nossa história, esquece a plateia, repara no palco: mais uma vez poderia ser nosso. Apenas nosso. Se a porta estivesse trancada.
A masmorra continua erecta e inabalável, o palco vazio e sem vida, a porta aberta e ainda assim escancarada.
lindos, só mesmo os teus princesa.
ResponderEliminarHá muito que deixei de chorar por quem não merece. Há muito que deixei de gritar em tom de suplício.
As coisas mudaram, e a ti , posso-te agradecer. Não me perguntes como, quando ou o porquê, de aquela dor toda se ter ido embora. Eu não sei. Mas foi. Espero que de vez. Deixei de sentir a falta dele, e ele já não me percorre os sonhos em cada noite, e eu nem consigo acreditar que finalmente passou. Agora, eu penso, que todas as pessoas vão dizer que não o amei realmente. Mas amar é o quê exactamente? Ficar presa áquele amor anos e anos a fio? Não. Cheguei ao limite. Pulei fora do barco, e já o deveria ter feito há muito mais tempo. Mesmo assim, acho que foi a melhor decisão que tomei nos últimos tempos. Ele fez-me mal. Levou-me ao fundo. É certo que me proporcionou bons momentos, mas esses bons momentos foram abafados por todas as noites e dias em que chorei por ele. E hoje, eu sei, e digo com toda a certeza, que ele foi a pessoa que mais amei, e aquela a qual dei tudo o que de mim tinha, até ao dia de hoje. E sabes que mais? não me importo de o dizer. Nem me importo que ele agora se esteja a rir da minha cara. Ao menos, não fico com pesos na consciência (:
Enfim, coisas do passado. Ele está bem, eu estou bem. Não nos contactamos. Fizemos como era certo. Cada um para o seu lado. Eu lembro-me dele, ainda, mas já não o lembro como dantes. Apenas um conhecido. O que mais me irrita, foi ele ter mudado de um dia para o outro. Não te preocupes, por ele... não me vais 'ver' mais a chorar. O único sentimento que eu tenho por ele, agora, é ódio. Pelo que me fez, e por tudo o que se passou e pelas coisas que ele me disse e inventou, mesmo depois de ter acabado comigo. ETAPA TERMINADA.
/ Em relação a este texto. Já o tinha lido. Tinhas-mo mandado, e na altura eu disse-te que tava lindo e sincero. Mantenho a minha opinião.
Não te podes culpar por ele se ter ido embora. Ele foi, de livre e espontânea vontade. E tu, não podes ficar presa a esse passado que tanto te atormenta. Já pensaste que ele secalhar só te quer ver assim, a rastejar por ele? Não o faças. tu vais ser forte, eu sei que vais. vais ser suficientemente forte, para chegares ao fim da estrada e consagrares-te vencedora. Eu sei-o e sinto-o. Não és fraca, és muito forte, apenas ainda não encontraste essa força dentro de ti. E agora, continua a escrever, que eu gosto imenso dos teus textos , como sabes. Sempre que precisares, eu vou estar aqui para te ouvir, e para te fazer rir, quando o que mais quiseres fazer é chorar. Independentemente desta distãncia que separa as nossas mãos, sabes que sempre que estiveres a cair, eu te vou segurar. SEMPRE!
Sorri minha borboleta. Sorri sempre! amo-te princesinha <3
desculpa o testamento :b
Quem disse que a distância era mais que isso? Só quem vive dela, e quem vive com ela entre dois corações é que sabe. Tu sabes, eu sei, e muitas mais outras pessoas sabem o que a distância significa e o que ela implica. Mas e então? impede se construir amizades e amores? 'Quem é que disse que para estar junto, é preciso estar perto?'. Estás comigo, aqui <3, mesmo quando não te tenho aqui. Ainda bem que tens, toda a confiança. Tal como eu tenho em ti. São quase dois anos minha pequenina. Nunca nos chateámos, e talvez isso se deva ao facto de confiarmos uma na outra, não?
ResponderEliminarEspero bem que não fiques. Ele não é o único rapaz do mundo. Eu sei o que sentes, e sei que se torna difícil. Lembra-te, que tambem já estive no teu lugar. E sei do que falo,por isso te peço: não te agarres a esse passado. Segue a tua vida, por mais que te doa. terás a tua recompensa no fim, acredita. És linda, e tu vais conseguir!
Lembra-te.. Só sorrio, porque tenho amigos. E tu, fazes mais que parte desses amigos. Sempre e para sempre.
E eu quero-te feliz a ti, tu sabes.
fica comigo, sempre! <3
nem tu, nem eu! :o
ResponderEliminarvamos mostrar a este mundo e ao outro , que esta distância não destrói apenas corações. Pode juntar muitos outros. Dia 21 de Dezembro. Lembro-me tão bem. Do sitio onde estava, do que falámos e sobre quem falámos. Lembro-me de tantas coisas pelas quais passámos. Lembro-me de muitas conversas que tivemos, lembro-me de muita coisa. MESMO! E o mais incrível é que nestes dois anos, não nos afastámos em nenhuma vez. Mantivemos sempre o contacto, e connosco nunca faltou tema para falar. Engraçado, não?
Se eu te fiz crescer, imagina tu a mim. Secaste-me muitas vezes as lágrimas. Fizeste-me chorar de tanto rir. Foste sincera e não me disseste apenas o que eu queria ouvir , e eu só tenho de te agradecer, e pedir para me ajudares a conservar durante muitos mais anos, esta amizade, que é só nossa, e onde os outros não interferem.
Minha Marisa Fofinha <3