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Vem, pega na minha mão. Vamos caminhar um pouco, vamos falar.
Vamos falar desta ferida, esta que dói, que pesa, que me prende, que me sufoca. Sufoca-me estar-mos neste impasse, sufoca-me sentir-me assim. Assim sem direcção, sem rumo, sem destino definido. Dói, por sentir esta mágoa que me desorienta, que me desnorteia-a e me atrapalha.
Atrapalha-me não só em sentido de rumo, atrapalha-me também nas palavras. Não sei que mais te dizer, não sei mais como te demonstrar. Não sei. Nem sei se estás disposto a caminhar. Não sei. Nem sei se estás preparado para falar. Eu sei que não estou, mas esta sensação de sufoco está a dar cabo de mim. Sei que vou confundir as palavras, sei que vou ficar embaraçada da forma como vão ser ditas, mas se não as pronunciar, elas serão mais um peso, mais um sufoco.
Tens a certeza que é isto que queres? É este o final que queres dar a esta nossa história? A todas as peripécias, ensaios e espectáculos?
Eu sentia medo sabes? E agora ele voltou, voltou e instalou-se numa cadeira, aos pés da minha cama. Olha para mim todas as noites e, antes de me deixar adormecer, diz, com voz de mulher: "Não vais cometer os mesmos erros pois não?"
Eu respondo-lhe que não. Um não com convicção, um não com persuasão.
Só sei que durante vários dias, levaste contigo segredos, sentimentos, emoções, que só a mim me pertenciam, levaste-os e nem sequer partilhavas algo do género.
Mas eu volto sempre a fraquejar, volto sempre a pensar no 'não', da persuasão e da convicção, e quando dou por mim, já é uma da manhã, e eu ainda penso em ti, desculpa mas sou fraca.

1 comentário:

  1. amor , tá perfeito tanta imeginaçao e criatividade :$
    Tá lindo :$
    amo-te ♥♥

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