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Não foi falta de luta, de vontade e muito menos falta de amor. Fiz de tudo para nos eternizar. Apostei todas as minhas fichas, e todos os meus trunfos nele. Ele foi a minha vida, e eu fui apenas um capítulo na dele. Eu fiz tudo para que aquele amor desse certo. Por ele, enfrentei coisas a sorrir que antes não suportaria nem a chorar. Nunca soube valorizar o meu amor. Chegou em pés de lã, como aquele vento de outono, que se levanta aos poucos, para depois de tornar no furacão que me despedaçou com, rajadas que nem em pleno inverno se fazem lembrar. Brincou comigo, e pior: brincou com o meu coração. Não tinha esse direito. Não com um coração tão sereno e quieto quanto o meu.
Não tiro a minha cota parte de culpa. Tive a culpa de me envolver de mais, de me deixar seduzir facilmente e de acreditar de mais. Eu acreditei de mais no meu pequeno príncipe.
Por isso, aprendi a congelar o coração. Houve tempos em que tinha uma camada protectora. Armaduras, escudos e até coletes à prova de sentimentos. Foi a única forma de me livrar das dores que me pareciam inevitáveis. Aprendi a defender os meus sentimentos, e a bloqueá-los quando não eram a meu favor. O jogo não é fácil, ou se fecha o coração e não se deixa ninguém entrar, ou abrimo-lo e ficamos expostos, totalmente vulneráveis. Não conseguia, depois de tanto sorriso forçado eu não podia abri-lo a qualquer forasteiro.
Agora, espero por aquele que ensine boas maneiras ao meu pequeno músculo. Um que o mime, e que o ame. Ele já sabe as regras básicas de sobrevivência: sabe que os bons são os primeiros a magoar. Por isso, aquele que vier que não seja o bom, que seja neutro. Que acima de tudo, se saiba proteger assim mesmo. Tanto tempo a lidar com furacões, que já não sei não me tornei um.

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