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Acho-me ingénua. Acredito sempre que a realidade nunca há de chocar comigo. Mas choca, choca sempre no meu caminho, deita-me ao chão e faz-me chorar. Não sei há quanto tempo reprimo o choro. Não sei a exactidão deste mar que tenho atrás dos olhos. Sinceramente, nem sei como tenho vivido este tempo todo sem voçês.
E chegou a hora de chorar. De chorar, não por si e nem pelos outros que partiram, mas por mim. Por mim e por não haver mais voçê para me dizer que vai ficar tudo bem. Por mim, por este vazio que ocupa tanto espaço. Este vazio que me contrai o coração.
Nenhum de voçês tinha o direito de me deixar assim: sem aviso prévio. Sem tempo para me mentalizar. Nenhum de voçês tinha o direito de partir e de me deixarem assim sozinha. Nenhum de voçês tinha o direito de me deixarem uma marca tão funda no coração, nem um vazio tão grande dentro dele.
E como posso amar tanto alguém, que nem presente está? Como posso ter ainda tanto para vos dizer? Como posso fazer ainda tantas preces para que voltem, quando foram voçês que me deixaram? Voçês que sempre afirmaram amar-me. Voçês que sempre me prometeram que jamais me deixariam, voçês que me deram tanto. Um dia destes este vazio sufoca-me. Tenho saudades. Acima de tudo, hoje tenho saudades.

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