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Há dias que te odeio, que te odeio mesmo. Há outros que por vezes estás em mim, que sei que te amo apesar de tudo, e que ainda te amarei por muito tempo. Mas hoje é daqueles dias que te odeio profundamente. E tu nem sabes.
Consegues ser a pior pessoa do mundo, consegues ser insensível e irritante. Tu não dás conta, tu não sabes mesmo o que fazes.
E tudo isto por medo. Tu apenas tens medo de ficar sozinho. Não passas de um triste, tens atitudes prematuras e infantis, não pensas nem reflectes no que dizes.
Eu gosto de ti, juro que gosto, e jurei gostar independentemente de tudo. E quando penso que chegas-te ao teu próprio limite, ainda consegues superar-te. Ainda me surpreendes.
Odeio odiar-te. Estúpido não é? Mas odeio mesmo. Odeio pensar em ti e sentir isto, de falar de ti como se fosses um monstro, de me lembrar de ti e de serem os piores momentos a corroerem os melhores. Mas mesmo assim, continuo a gostar de ti.
Quero tanto deixar isto: este ódio e este 'gostar' que há tanto tempo me persegue. Eu deixei de fazer tanta coisa, deixei de falar de ti, de dizer o teu nome, de o escrever no espelho quando estava embaciado. Ocupei-me e sobrecarreguei-me com as mais estúpidas tarefas, para não pensar em ti.
Não vale a pena. Gostar de ti gostarei sempre, nem que seja este carinho que guardarei sempre ao pensar em ti. Mas este ódio, não o quero.
Mas hoje é inevitável. Odeio-te mesmo. Desculpa, mas estou num dia não. Tu ages, falas, e crias sem pensar. Dizes a todas as outras o que um dia me disses-te a mim. Falas com elas, como se alguma te desse metade do que eu te dei. Pensas que elas se sacrifariam por ti como eu fiz. Elas não o irão fazer. Nem eu o deveria ter feito.
Mas tu pensas que consegues tudo o que queres. Sobes demasiado e um dia a tua queda irá ser tão ou mais dolorosa que essa subida que fazes. Prometi a mim mesma, ajudar-te a levantar mas sinceramente não é que merecesses, não depois disto.
Não depois de lhe dizeres tudo o que a mim me disses-te, não depois das promessas que lhe fazes que no fundo foram as mesmas que me fizes-te a mim, e acabaste por não cumprir nenhuma (irás tu fazer com ela também?), não depois de mil e uma coisas que me prometes-te e nunca as realizás-te. Tu baseias-te em palavras, esqueces-te que os actos falam por si.
Esqueces-te sempre de alguma coisa. De manter a cabeça fria, de agir com precaução, de ponderar todas as possibilidades. És precipitado e por vezes irresponsável.
Disses-te-me que a última coisa que querias fazer era magoar-me, magoas-te-me, odiei-te, se me odias-te não sei, e tenho imenso medo de saber. Sim, eu sinto medo, algo que tu sentes e não admites. És assim, orgulhoso e no entanto tão protector. Protector, no sentido de me dizeres tudo para meu bem, de não me mentires. Porque proteger, já não me proteges mais. Desde que saís-te porta fora a tua protecção foi-se contigo, e desde então que não tenho os teus braços a protegerem-me do frio, da tua voz a dizer-me que haveria de ficar tudo bem, das tuas mãos entrelaçadas nas minhas, assegurando que me manteria de pé. Desde esse dia que tudo isso passou para outra, e depois para outra, e agora para outra. Nunca te hás-de cansar pois não? Mas mesmo assim, sei que te preocupas, continuas a mesmo, se como ou não, como estou e até me tratas como um dia me tratas-te. Não sei se é isso que me magoa mais. Nem sabes o que dizes, e por vezes tratas-me da mesma forma que se o passado ainda estivesse presente em ti. Em ti, não está, eu sei que já não.
Desculpa. Desculpa estar a falar de ti depois de tudo, e ainda por cima com este ódio, mas se reflectires saberás a razão da sua existência. Não me leves a mal, mais uma vez te peço para não levares estas palavras a peito, apenas não posso ficar com elas presas na garganta. Sabes que isso me faz mal.



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