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Estive bem. Durante todos estes dias estive bem. Já não choro há meses. Cheguei à conclusão que estava apenas cansada. Cansada de chorar por alguém que nunca chorou por mim. Mas agora eu até andava bem. Andava mais forte e mais alegre. Andava a cantar e a sorrir. A sorrir como já não fazia há tempos. A sorrir de verdade. A rir com gosto e vontade. Até me encontrava perdida no meio de tanta gargalhada. Porque eu andava bem.
Eu sabia que ia doer quando este dia chegásse. Eu sabia que não me iria passar ao lado e que me iria afectar. Mas não tinha dado conta da rapidez do tempo. Ainda me parece tudo tão recente.
Mas sabes, eu estava mesmo bem. Estava feliz até à minutos, mas a realidade atingiu-me com força. Ainda não chorei. Ainda não falei com ninguém e não quero fazê-lo. Desta vez vou lutar comigo mesma e calar-me, a dor também pode ser acorrentada, a mais que não seja, ao coração. Mas não dói tanto. Claro que não dói tanto, parva era eu se deixasse que doesse. Nem se pode chamar a isto dor, é mais uma dormência interna.
Algo que não me deixa nem rir, nem chorar. Aprisiona-me os sentimentos. Falar não ajuda. Nunca ajudou quando o assunto eras tu.
É uma mistura de sensações. Não te esqueci, mas também já não estás presente. Não gosto de ti mas também não te odeio. É apenas um remoinho de contra-feitos. Sinto um enorme buraco no peito. Mas não dói. É só um buraco, fundo e escuro.
Sabes, quando ouvi a nossa música hoje (guardei-a todo este tempo, não a ouvi durante todo o ano porque assim iria tornar-me mais forte, porque ouvi-la traria-te à minha mente), e quando ela tocava eram todos os nossos momentos bons: as nossas gargalhadas, e conversas. Até a tua voz se sobrepunha na canção - sempre gostei quando a cantavas.
Mas a música acabou. Passado aqueles 3.43minutos acabaram-se os momentos bons, e senti que o meu coração tinha acabado de bater num poço sem fundo. Ouvi todas as discussões com maior pormenor do que queria. Senti as pequenas fendas (quase) saradas do meu coração, a abrirem-se novamente.
Não te culpes. Parece que ao longo deste ano não mudei assim tanto. Parece que ainda não sou tão forte quanto queria.
Há um ano que me deste uma volta ao coração. E ainda fazes parte dele. Odeio isso. Odeio que ainda estejas tão presente em mim, quando há meses que não falamos. Odeio esta distância que cresceu entre nós, que só me veio apoquentar em noites de sono e em dias de sol. Odeio a forma como este silêncio foi reinando sobre nós durante todo este tempo.
Liga-me. Manda-me uma mensagem. Prova-me apenas que ainda te lembras de mim, e de toda a nossa história. Prova-me, que um canto desse teu coração ainda me pertence. Eu não consigo fazê-lo, e tu sabes. Mas tu consegues, e se tu o fizeres eu juro que te retornarei a resposta.

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