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Hoje não te amo. Hoje não te odeio. Hoje não me fazes sentir nada. É estranho, hoje falas-te comigo e foi como se fosses outro qualquer. Já não tens o mesmo efeito em mim.
Hoje consigo olhar para o passado e, conter as lágrimas, hoje consigo lidar com tudo o que foi nosso, sem sentir remorsos, pena ou até saudade. Quer dizer, saudades vou sempre sentir, não é? Aliás, vamos ambos sentir. Não se esquece assim uma história, sem ter saudades de a ouvir, de a viver, de a relembrar, ou de a sentir de novo, certo? Sim, saudades vou sentir.
Sabes como te vejo hoje? Como vejo as tuas decisões? Vejo que tu preferis-te ir para um lago de água paradas, preferes seguir a tua vida agarrado a um corrimão, tendo a certeza que não irás cair, jogas pelo seguro, enquanto eu pensei que podia nadar contra a corrente, pondo os pés em cada rocha solta, expondo todas as cartas na mesa.
Não aguentas-te a pressão. Sentis-te o corrimão a fugir-te das mãos, e eu perdi-te como água que escorre entre os dedos, como uma folha de papel ao sabor vento.
No teu lago não há correntes, só uma força invisível que o deixa quieto, como a força que te comanda. Tens um dos maiores corações do mundo, não duvides disso, falta-te apenas consciência nas tuas decisões. Para quem joga sempre pelo seguro, tens decisões demasiado precipitadas.



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